terça-feira, 22 de maio de 2012

Açúcar: um grande vilão da saúde

É... mais uma vez o açúcar como vilão na dieta!

Além dos já conhecidos problemas com diabetes e obesidade, pesquisa recente diz que o açúcar também pode prejudicar o aprendizado e a memória

Açúcar: a Associação Americana do Coração indica o consumo máximo de seis colheres de chá por dia para as mulheres e de nove para os homens
Açúcar: a Associação Americana do Coração indica o consumo máximo de seis colheres de chá por dia para as mulheres e de nove para os homens (Thinkstock)

Um estudo divulgado nesta semana por pesquisadores da Universidade da Califórnia adicionou mais um prejuízo à saúde ao vasto repertório de problemas trazidos pelo consumo de açúcar: além de aumentar os riscos de doenças como o diabetes tipo 2, ele também pode atrapalhar o aprendizado e a memória. Pesquisadores conseguiram porvar em laboratório que o alto consumo de frutose, um tipo de açúcar, diminuiu o número de conexões entre as células nervosas de ratos.
O potencial danoso do açúcar pode ter origem no fato de que ele é um ingrediente recente na dieta humana. Ao longo da história, o homem obteve quantidades limitadas desse alimento, por meio de frutas ou mel. O consumo anual, no final do século XIX, por exemplo, era de apenas dois quilos por pessoa. Atualmente é de 37 quilos, segundo Michel Raymond, pesquisador do Instituto de Ciências Evolutivas da Universidade de Montpellier, na França, e autor do livro Troglodita é você! (Ed. Paz e Terra, 256 páginas). Essa mudança drástica não deixou o organismo humano impune. Estudos mostram que o açúcar, por alterar alguns tecidos humanos durante a fase de crescimento, pode ser o responsável por problemas que vão de miopia e acne até o câncer. Em comunicado emitido em 2009, a Associação Americana do Coração recomendou a redução do consumo do açúcar alertando que ele pode causar problemas metabólicos, como diabetes, hipertensão e aumento do colesterol ruim.
Alguns especialistas, no entanto, vão mais longe. O endocrinologista Robert Lustig, professor de pediatria da Universidade da Califórnia (UCLA) e diretor do Programa de Avaliação de Peso para Saúde do Adolescente e da Criança, considera o açúcar — em qualquer forma — um veneno para o corpo.

Recomendação – A quantidade ideal de consumo do açúcar ainda é controversa. A Associação Americana do Coração indica que mulheres consumam no máximo seis colheres de chá de açúcar por dia (30 gramas ou 100 calorias). Para os homens, o limite seria de nove colheres de chá (45 gramas ou 150 calorias). Em 2009, quando a recomendação foi publicada, o americano consumia em média 22 colheres de chá de açúcar todos os dias — o Brasil não tem estimativas seguras, mas calcula-se, com base em dados da Companhia Nacional de Abastecimento, órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, algo em torno de 150 gramas por dia, ou 30 colheres de chá.
Grande parte vem de uma fonte só: os refrigerantes. Embora as frutas sejam naturalmente ricas em frutose, contêm pouco açúcar. Uma maçã grande tem pouco mais de 23 gramas de açúcares, ou menos de cinco colheres de chá. Uma porção de morangos com 150 gramas tem menos de duas colheres de açúcar. Em uma lata de 350 mililitros de Coca-Cola, por exemplo, há 37 gramas de açúcar. Há outra vantagem no consumo de frutas: as fibras atrasam a digestão dos açúcares, evitando sobrecarga do fígado.
No Brasil, não há uma indicação específica para o consumo de açúcar. Segundo Regina Pereira, presidente do Departamento de Nutrição da Sociedade de Cardiologia de São Paulo, existe apenas uma recomendação do consumo total de carboidratos, que ao ser metabolizado pelo corpo transforma-se em glicose. Em uma dieta de 2.000 calorias, por exemplo, o indicado é que 50% seja de carboidratos, independente do tipo. "Mas o brasileiro tem o hábito de consumir bastante açúcar. Um pouco disso se deve à característica do açúcar de ajudar a alivar a tensão", diz.

Tipos de açúcar
FRUTOSE
Açúcar obtido de frutas, mel, de alguns cereais e vegetais e do xarope de milho. A frutose é metabolizada diretamente no fígado, não precisando de insulina para sua quebra primária. Por ter um gosto mais doce, vem sendo usada como adoçante em alimentos industrializados. Seu consumo excessivo pode sobrecarregar o fígado, levando ao acúmulo de gordura no órgão e à hepatite não-alcoólica.
SACAROSE
É o açúcar refinado, e também o mascavo, comprados em supermercados e que provêm da cana-de-açúcar ou de outros processos alcoólicos. Formado por uma molécula de glicose e uma de frutose, esse açúcar consome mais energia do organismo para sua quebra.
GLICOSE
É um açúcar simples, cuja fonte de energia é fundamental para o funcionamento do organismo. A glicose dificilmente é consumida em forma de alimento, sendo sua utilização pelo corpo fruto de processos químicos de degradação – como a quebra da frutose e da sacarose.
* Fonte: Ricardo Meirelles, diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

Mais da metade dos jovens com excesso de peso têm ao menos um fator de risco para doença cardíaca

Pesquisa mostrou que problemas de saúde, como diabetes e colesterol alto, atingem jovens mais cedo do que se pensava
60% dos jovens de 12 a 19 anos com obesidade nos EUA têm ao menos um fator de risco, além do excesso de peso, para problemas cardíacos
Um trabalho publicado nesta segunda-feira na revista médica Pediatrics mostrou que as doenças cardíacas estão atingindo pessoas com excesso de peso mais cedo do que se imaginava. De acordo com a pesquisa, metade dos adolescentes com sobrepeso e 60% daqueles com obesidade têm um ou mais fatores de risco para doenças do coração. São quadros como pré-hipertensão, colesterol alto ou diabetes.
Esses dados foram levantados por especialistas do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), órgão de saúde dos Estados Unidos. Os pesquisadores acompanharam, de 1999 a 2008, 3.383 jovens de 12 a 19 anos que participaram do Estudo Nacional de Saúde de Nutrição, feito pelo próprio CDC. Durante esse período, a incidência de pré-hipertensão, hipertensão e colesterol alto não mudou. Por outro lado, a prevalência de quadros pré-diabéticos e de diabetes aumentou de 9% para 23%.
O estudo ainda indicou que 37% dos jovens, mesmo com peso normal, carregam ao menos um fator de risco para doenças cardíacas. Os pesquisadores acreditam que isso se deve ao sedentarismo e à má alimentação, hábitos que estão cada vez mais presentes na juventude atual.
De acordo com os autores do estudo, esses resultados mostram que os adolescentes americanos carregam um fardo substancial de fatores de risco cardiovascular, especialmente os jovens com sobrepeso ou obesos. “Além do excesso de peso, os pais devem estar cientes dos problemas que isso causa ao coração”, diz Ashleigh May, coordenadora do estudo.

CONHEÇA A PESQUISA
Título original:
Prevalence of Cardiovascular Disease Risk Factors Among US Adolescents, 1999−2008
Onde foi divulgada: revista Pediatric
Quem fez: Ashleigh May, Elena Kuklina e Paula W. Yoon
Instituição: Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC)
Dados de amostragem: 3.383 adolescentes de 12 a 19 anos
Resultado: Fatores de risco para doenças cardíacas estão presentes em 60% dos jovens com obesidade; 49% dos jovens com sobre peso; e 37% dos jovens com peso normal. A taxa de diabetes entre os adolescentes aumentou de 9% em 1999 para 23% em 2008

Alimentação pela mamadeira aumenta risco de obesidade infantil, diz pesquisa

Bebês que são alimentados exclusivamente por mamadeira podem ganhar até um quilo a mais em 12 meses comparados aos que mamam no peito


Amamentação: pesquisa reforça que essa deve ser primeira opção na alimentação dos bebêsA mamadeira pode ser uma das responsáveis pela obesidade infantil. Bebês que mamam exclusivamente no peito ganham menos peso durante o primeiro ano de vida quando comparados àqueles que são alimentados exclusivamente com mamadeira, indicaram pesquisadores do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), órgão de saúde do governo americano. Segundo o estudo, esse ganho pode ser até um quilo menor em 12 meses. Os resultados da pesquisa foram publicados na edição deste mês do periódico Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine.
Para estudar a relação entre formas de alimentação e ganho de peso entre bebês, os autores da pesquisa acompanharam 1.900 crianças desde o nascimento até elas completarem um ano de idade. Ao longo desse período, as mães relataram à equipe informações sobre seus filhos, como o peso corporal em diferentes meses, se eles estavam sendo amamentados no peito ou se eram alimentados pela mamadeira.

Um ano após o nascimento, em comparação com os bebês que foram exclusivamente amamentados pelo seio materno, as crianças que somente foram alimentadas com mamadeira, seja com leite materno ou outro, ganharam aproximadamente um quilo a mais — ou cerca de 85 gramas a mais por mês. Além disso, os bebês que foram amamentados no seio e que também beberam leite industrializado na mamadeira ganharam, em média, 50 gramas ao mês, ou 600 gramas no ano, a mais. As crianças que, além da amamentação, também beberam leite materno na mamadeira, também mostraram diferença de peso, embora menor.
Segundo os pesquisadores, isso pode ser explicado pelo fato de que as crianças, quando mamam no peito, decidem quando estão satisfeitas. Por outro lado, as que tomam leite na mamadeira, ao se submeterem à quantidade do líquido no suporte e serem menos ativas nessa decisão, podem perder parte da sensibilidade aos sinais do organismo que indicam saciedade e fome. Ou seja, ficou claro que, além do tipo de leite (da mãe ou industrializado), o modo como ele é entregue para as crianças também influi no ganho de peso. A equipe, porém, afirma que essa associação não está totalmente clara, mas os resultados deixam claro que a amamentação materna deve ser a primeira escolha em relação à alimentação dos bebês, como já recomendam as associações médicas e a Organização Mundial da Saúde.

CONHEÇA A PESQUISA
Título original:
Risk of Bottle-feeding for Rapid Weight Gain During the First Year of Life
Onde foi divulgada: periódico Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine.
Quem fez: Ruowei Li, Joselito Magadia, Sara Fein e Laurence Grummer-Strawn
Instituição: Centro Para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos
Dados de amostragem: 1.900 bebês até o primeiro ano de vida
Resultado: Em comparação com bebês que foram exclusivamente amamentados pelo seio materno, aqueles que somente foram alimentados por mamadeira ganharam 1kg a mais em um ano; e os que foram amamentados pelo seio e leite industrializado na mamadeira engordaram 600g a mais

Ácido fólico na dieta materna reduz risco de câncer infantil

Redução do número de casos de tumores no rim e no cérebro coincidiu com medida que estimulou o nutriente na alimentação de mulheres em idade fértil

Brócolis é um dos alimentos ricos em ácido fólico
A inclusão de ácido fólico na alimentação de mulheres em idade fertil pode reduzir a incidência de câncer de rim e de alguns tipos de tumores cerebrais entre crianças. Essa é a conclusão de um estudo feito na Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, e publicado nesta segunda-feira na revista Pediatrics. De acordo com os autores do trabalho, houve uma redução no número de casos de crianças com esses tipos de câncer desde que o governo americano determinou que certos alimentos fossem fortificados com ácido fólico - uma vitamina do complexo B presente em alimentos como brócolis, tomate, cogumelos e feijão. Essa medida foi tomada em 1998 pelo Food and Drug Administration (FDA), agência do governo americano que regula remédios e alimentos, depois de diversos estudos terem indicado que o consumo do nutriente por grávidas reduz risco de defeitos na formação do feto.
Os pesquisadores se basearam em dados de 1986 a 2008 do Programa de Pesquisa, Epidemiologia e Resultados Finais (SEER, na sigla em inglês), do Instituto Nacional de Câncer dos EUA, e estudaram, desde o nascimento até os quatro anos de idade, as informações de 8.829 crianças que foram diagnosticadas com câncer.
A equipe observou que a taxa de incidência do tipo de câncer de rim mais comum entre crianças aumentou de 1986 a 1997 e diminuiu em seguida, queda que coincidiu com o ano em que a medida do FDA foi colocada em prática. Além disso, o número de casos de um determinado tipo de câncer no cérebro aumentou de 1986 a 1993 e foi reduzido em seguida. De acordo com Kimberly Johnson, uma das autoras do estudo, embora essa mudança não tenha acontecido simultaneamente com a determinação do FDA, em 1998, ela coincidiu com as recomendações do órgão, de 1992, para que mulheres consumissem um mínimo de 400 microgramas de ácido fólico ao dia.
"Nosso estudo é o maior já feito sobre a relação entre ácido fólico e incidência de certos tipos de cânceres infantis", diz Johnson. A pesquisadora observa que esses resultados podem ser um estímulo a outros países que ainda não decidiram se irão exigir fortificação de alimentos com o nutriente.

Brasil — Desde 2004, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tornou obrigatória a inclusão de ácido fólico nas farinhas de trigo e de milho e em seus subprodutos. A justificativa para a medida foi justamente a redução no risco de má formação do feto comprovada por diversos estudos. O Ministério da Saúde recomenda uma ingestão diária de 200 microgramas de ácido fólico ao dia para adultos e de 100 microgramas para crianças de sete a dez anos de idade. No caso das gestantes, a indicação do Ministério é semelhante à do FDA, ou seja, de 400 microgramas por dia. Uma concha de feijão preto, por exemplo, tem 119 microgramas da vitamina.

Saiba mais...
ÁCIDO FÓLICO
Também chamado de vitamina B9, pode ser encontrado em alimentos como brócolis, tomate, feijão, lentilha e cogumelo, em bebidas como a cerveja e em suplementos vitamínicos. Recomenda-se o consumo da vitamina a mulheres que estão pensando em engravidar — de preferência 90 dias antes da fecundação e durante toda a gestação. O ácido é associado a um menor risco de má formação congênita.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Orégano pode ajudar a combater câncer de próstata, diz estudo

Pesquisa observou que substância presente na erva pode levar células cancerígenas a se autodestruírem

O orégano pode ser um aliado no combate ao câncer de próstata, segundo uma nova pesquisa feita na Universidade de Long Island, nos Estados Unidos. O estudo indicou que uma substância chamada carvacrol, presente na erva, induz as células cancerígenas a se autodestruírem. Os resultados foram apresentados nesta terça-feira no congresso Biologia Experimental 2012, realizado durante esta semana em San Diego, Califórnia.Orégano: erva pode ajudar a combater câncer de próstata
"Alguns pesquisadores já haviam demonstrado que comer pizza pode reduzir risco de câncer. No entanto, esse efeito vem sendo atribuído principalmente ao licopeno, uma substância encontrada no molho de tomate. Mas agora acredito que o orégano desempenha um papel fundamental nesse sentido”, diz Supriya Bavadekar, coordenador do estudo.
Segundo o pesquisador, a erva já é reconhecida por ter propriedades antibacterianas e anti-inflamatórias.
Bavadekar e sua equipe realizaram um estudo em laboratório para observar a ação do carvacrol sobre as células de câncer de próstata. O composto pode ser encontrado, além do orégano, no tomilho, por exemplo. Os pesquisadores descobriram que o composto induz as células cancerígenas à apoptose, ou seja, o ‘suicídio celular’. No entanto, eles não decifraram os mecanismos pelos quais o carvacrol leva as células à autodestruição.
Segundo os autores do estudo, embora o trabalho ainda esteja em fase preliminar, os dados têm um grande potencial para, de fato, classificar a substância como um agente anticancerígeno. "Se a pesquisa continuar a produzir resultados positivos, essa especiaria pode representar um tratamento muito promissor para pacientes com câncer de próstata, com a vantagem de que o orégano é comumente usado em alimentos e é reconhecido como um ingrediente seguro”, afirma Bavadekar.

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/oregano-pode-ajudar-a-combater-cancer-de-prostata-diz-estudo

Comer muito rápido aumenta risco de diabetes tipo 2 em até 2,5 vezes

Segundo estudo, o hábito também está relacionado a um maior IMC e menor nível de escolaridade
Comer rápido demais aumenta chances obesidade e também de diabetes tipo 2
Comer rápido pode aumentar em até 2,5 vezes o risco de uma pessoa desenvolver diabetes tipo 2, segundo pesquisa apresentada nesta segunda-feira no Congresso Internacional de Endocrinologia, em Florença, Itália.
 A velocidade com que uma pessoa ingere os alimentos já foi associada a outros problemas de saúde, como a obesidade, mas essa é a primeira vez que esse fator aparece diretamente relacionado ao desenvolvimento de uma doença.
Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da Universidade Lituânia de Ciências da Saúde compararam 234 pessoas que haviam sido diagnosticadas recentemente com diabetes tipo 2 com outros 468 indivíduos que não tinham a doença. Todos os participantes responderam a um questionário sobre fatores de risco para diabetes, hábitos alimentares e peso e medidas do corpo. A velocidade com que eles comiam também foi avaliada, e classificada em lenta, normal ou rápida.
Após ajustarem os resultados para outros fatores relacionados à diabetes, como histórico familiar, atividade física e tabagismo, os autores concluíram que aqueles que comiam mais rapidamente apresentaram 2,5 vezes mais chance terem diabetes tipo 2 do que as pessoas que demoravam mais para se alimentar. Os pesquisadores também entenderam que o hábito de comer mais rápido está associado a um maior índice de massa corporal (IMC) e a um menor nível de escolaridade.
“A prevalência de diabetes tipo 2 está aumentando globalmente e pode se tornar uma pandemia mundial. A doença parece envolver uma interação entre fatores genéticos e ambientais. É importante identificar quais são os fatores de risco modificáveis”, diz Lina Radzeviciene, uma das autoras do estudo. De acordo com a pesquisadora, sua equipe pretende realizar mais estudos que ajudem a compreender como outros hábitos alimentares e estilo de vida contribuem para a diabetes.

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/comer-muito-rapido-aumenta-risco-de-diabetes-tipo-2-em-ate-2-5-vezes

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Pesquisa identifica concentração mínima de vitamina D no sangue capaz de proteger a saúde de idosos



Cientistas conheciam os benefícios da vitamina D, mas não o nível ideal do composto para reduzir o risco de câncer, fratura e ataque cardíaco.

Pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, estabeleceram qual o nível mínimo de vitamina D que deve haver no sangue de uma pessoa idosa para que o composto ajude a reduzir os riscos de problemas como ataque cardíaco, fratura e câncer. O estudo foi publicado nesta terça-feira no periódico Annals of Internal Medicine.
A pesquisa acompanhou, durante onze anos, 1.621 adultos inscritos no Estudo de Saúde Cardiovascular (trabalho realizado nos Estados Unidos para analisar a progressão de doenças cardíacas em indivíduos com mais de 65 anos). Para determinar os níveis de vitamina D no sangue dos participantes, os pesquisadores aplicaram o exame de sangue conhecido como 25-hydroxy-vitamin D, que mede de maneira precisa a quantidade do composto no corpo.

Ao longo do período estudado, a equipe observou a associação entre os resultados dos testes sanguíneos e os problemas de saúde dos participantes. Após onze anos, 137 deles haviam sofrido fratura no quadril; 186 haviam tido ataque cardíaco; 335 haviam sido diagnosticados com câncer; e 360 morreram.

Os pesquisadores concluíram que o risco de ocorrência de problemas do tipo aumentou quando a concentração de vitamina D indicada pelo exame de sangue foi menor do que 20 nanogramas de vitamina por mililitro de sangue (ng/ml) – um nanograma equivale a um bilionésimo de grama.

O índice é semelhante ao considerado ideal para pessoas adultas pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM): de 20 a 32 ng/ml.
Segundo os pesquisadores da Universidade de Washington que realizaram o estudo, as próximas pesquisas sobre o assunto deverão abordar, por exemplo, os efeitos do aumento da vitamina D em pacientes que costumam apresentar baixos níveis do composto no sangue. A elevação da vitamina no sangue pode ser obtida, por exemplo, com suplementos, mudanças na dieta e prática de atividades ao ar livre.
De acordo com a endocrinologia Gláucia Carneiro, da SBEM, 90% da vitamina D em seres humanos vem da exposição ao sol. "Para alcançarmos os níveis ideais da vitamina no sangue, o correto é tomar banho de sol pela manhã e no final da tarde, por 15 minutos em cada período, todos os dias, sem o uso de protetor", diz a médica. Uma porção de 400 gramas de atum também pode fornecer a quantidade necessária da vitamina em um dia.

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/pesquisa-identifica-concentracao-minima-de-vitamina-d-no-sangue-capaz-de-proteger-a-saude-de-idosos

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Comer peixe, linhaça e castanha diminui risco de Alzheimer



Pesquisa concluiu que ômega-3, nutriente presente nesses alimentos, reduz níveis de proteína no sangue associada à doença

Pesquisadores americanos sugeriram que comer grandes quantidades de alimentos ricos em ômega-3, como peixes, linhaça, nozes, castanhas e azeite, ajuda a evitar o Alzheimer. Isso acontece, segundo os especialistas, porque o nutriente pode reduzir os níveis de uma proteína ligada à doença no sangue de uma pessoa. O estudo, que foi conduzido no Centro Médico da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, foi publicado nesta quarta-feira na Neurology, revista da Academia Americana de Neurologia.
Peixes e outros alimentos ricos em ômega-3 podem ser aliados para evitar AlzheimerEstudos anteriores já haviam indicado o efeito protetor de alimentos ricos em ômega-3 em relação à doença de Alzheimer, mas esse estudo identificou o mecanismo pelo qual o nutriente evita o aparecimento do problema. De acordo com os pesquisadores, o ômega-3 reduz a quantidade de beta-amiloide no sangue. O acúmulo dessa proteína é comumente encontrado na autópsia do cérebro de pessoas que morrem com Alzheimer e, segundo outros trabalhos, grandes quantidades do composto podem desencadear o aparecimento da doença antes mesmo de um indivíduo apresentar sintomas de perda de memória.Nessa pesquisa, a equipe analisou 1.219 idosos com 65 anos ou mais que não tinham demência. Durante 14 meses, eles informaram aos pesquisadores sobre seus hábitos alimentares e, após esse período, foram submetidos a exames de sangue que mediram níveis da proteína beta-amiloide e de nutrientes como ômega-3, ômega-6 e vitaminas.
Resultados — Os pesquisadores observaram que os indivíduos que consumiam maiores quantidades de ômega-3 eram aqueles que apresentavam níveis menores de beta-amiloide no sangue. No entanto, essa associação não foi encontrada em relação a outros nutrientes. Segundo Nikolas Scarmeas, um dos autores do estudo, esse benefício pode ser obtido mesmo com o acréscimo de pequenas quantidades no nutriente na alimentação diária. “Nossa pesquisa acrescenta dados às evidências de que o ômega-3 é benéfico para evitar, além de doenças cardiovasculares, como vários estudos já sugeriram, o declínio de memória. O nutriente é capaz de proteger o coração e o cérebro”, diz Scarmeas.

Peixe e coração — As novas Diretrizes Europeias sobre Prevenção e Prática Clínica de Doenças Cardiovasculares, feitas pela Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC, na sigla em inglês) e apresentadas nesta quinta-feira no encontro anual da entidade, na Irlanda, reforçaram as indicações de que o consumo diário de peixes e de outros alimentos ricos em ômega-3 protege o corpo contra doenças cardiovasculares. Embora os especialistas tenham focado nos benefícios do nutriente ao coração, eles reconheceram que o ácido graxo também protege o cérebro e a saúde imunológica.
As diretrizes indicam que as pessoas devam comer uma porção de peixe ao menos duas vezes por semana, e que o consumo do alimento é mais benéfico do que o uso de suplementos de ômega-3. Mas não adianta, como lembram os especialistas, ingerir peixe se uma pessoa mantém hábitos não saudáveis, como tabagismo, alcoolismo e sedentarismo.

CONHEÇA A PESQUISA
Título original:
Nutrient intake and plasma β-amyloid
Onde foi divulgada: revista Neurology
Quem fez: Yian Gu, Nicole Schupf, Stephanie Cosentino e Nikolas Scarmas
Instituição: Universidade de Columbia, Estados Unidos
Dados de amostragem: 1.219 idosos com mais de 65 anos e sem demência
Resultado: Pessoas que apresentam maiores quantidades de ômega-3 no sangue, que vem com o consumo de peixe, nozes, castanha e linhaça, apresentam menores níveis de beta-amiloide, proteína associada à presença da doença de Alzheimer